Roupas tecnológicas estão se tornando uma realidade

Roupas tecnológicas estão se tornando uma realidade, proporcionando funções como geração de calor, recarga de celular e até mesmo funcionando como telas sensíveis ao toque.

O engenheiro têxtil André Correa Marcilio, diretor da AG Têxtil em Americana, interior de São Paulo, conduziu experimentos com fios de algodão condutores de eletricidade. Esses fios, impregnados com partículas de carbono e prata, possibilitam a condução elétrica, sendo planejados para criar almofadas capazes de funcionar como controles remotos com botões bordados sensíveis ao toque, permitindo interações com dispositivos como smart TVs.

O campo da eletrônica vestível, explorado pela AG Têxtil, visa desenvolver tecidos ou películas flexíveis capazes de conduzir eletricidade, proporcionando novas funcionalidades a roupas, calçados e acessórios. Exemplos incluem uma bolsa de praia que incorpora uma bateria e antena Bluetooth para reprodução de música em um alto-falante embutido.

Outra inovação provém do Centro de Componentes Semicondutores e Nanotecnologias da Universidade Estadual de Campinas (CCSNano-Unicamp), que desenvolveu uma película flexível de nanografite e silicone com propriedades condutoras. Essa película é utilizada na palmilha de uma bota, visando aquecer os pés em ambientes de baixa temperatura, como frigoríficos. A película, mesmo sobreposta e dobrada, mantém suas propriedades condutoras sem se rasgar, apresentando características próximas às do grafeno.

A AG Têxtil, em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI) em Campinas, desenvolveu fios condutores de eletricidade em colaboração com o programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP. Apesar das tentativas de comercialização desses fios, o interesse surgiu mais para produtos finais, como bolsas iluminadas, assentos de carros com ajustes através de botões bordados sensíveis ao toque, e roupas de cama com sensores para monitorar o sono.